segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Fernando Pessoa
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Trevo
no final da estrada e é hora de decidir
entre ficar na ponte assustadora
que leva ao infinito
ou descer pelo caminho de terra
que me levará pra casa.
Essa é a escolha de cada dia:
lançar-se ou poupar-se,
ir pelo estreito ou pelo largo,
exceder no golpe e na carreira
ou persistir no devagar e sempre.
Sou louca mansa
e há sempre a dúvida entre o que sugere
minha mansidão e o que sugere minha loucura.
Meus sonhos clarificam meus pensamentos
através de signos obscuros
e neste paradoxo revela-se
a imagem central de meu destino:
um ponto de luz atravessando as sombras.
No ato de ser e seguir acho um prazer imenso:
não tenho remédio, não tenho consolo,
mas tenho paraísos que me habitam
e um gosto renitente por recomeçar.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Pra ser sincero.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Condicional
Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios
Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem
Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios
Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso
Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais
Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.